HISTÓRIA ANTIGA E LIVROS DIDÁTICOS: UMA RELAÇÃO EM PERMANENTE CONSTRUÇÃO
O ensino de História Antiga no Brasil tem passado por uma série de
mudanças ao longo dos últimos anos, mesmo que muitas das vezes não sejam tão
facilmente percebidas. Por muito tempo, as antiguidades estiveram ligadas a um
ensino tradicional e linear, reprodutora do status quo e atrelada a uma
concepção de herança cultural única formadora do Ocidente. Tal quadro, começou
a se alterar com o processo de redemocratização da sociedade brasileira (1985)
e com a incorporação de conceitos da História Cultural, possibilitando o
surgimento de uma série de dissertações e teses que contemplavam novos
aspectos, como representação, identidade, estudos de gênero, sexualidade e
cultura material (CARVALHO; FUNARI, 2007; SILVA, 2010).
Evidencia-se que parte das mudanças operadas no ensino escolar da
História Antiga foram resultantes dos novos preceitos advindos da pesquisa
acadêmica. Não se trata aqui de defender uma transposição didática (CHEVALLARD,
2013) unicamente capaz de “reduzir” os conteúdos acadêmicos adaptando-os para a
realidade da Educação Básica, por mais que nossa sociedade não enxergue a
escola como um local de produção de conhecimento, mas sim, unicamente como
reprodutora de um saber constituído nas universidades (GONÇALVES, 2001).
Devemos compreender que ela tem sua própria dinâmica e contexto (CERRI, 2017),
logo tem a sua própria lógica de ensino e seus próprios objetivos.
Outro fator determinante para tais transformações e que não deve
ser negligenciado é a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que
de certa maneira envolveu parte da sociedade brasileira em seus debates. Tal
processo poderia ter sido mais amplamente discutido e contado com uma parte
maior de agentes ligados ao ensino de História, mas ao longo de sua construção
ficou evidenciado um verdadeiro embate entre forças representantes de
diferentes projetos para a educação nacional. Ao final, foi costurado um
documento que reafirmou a presença da História Antiga no currículo da Educação
Básica, mas que tem sido alvo de constantes questionamentos.
A presença dos conteúdos relacionados à Antiguidade na BNCC talvez
tenham sido um dos maiores alvos de indagações. Qual a finalidade ou
necessidade de se estudar a História Antiga em um país como o Brasil? Para o
professor Pedro Paulo Funari, um dos antiquistas mais respeitados do nosso
país, em um parecer emitido ao Ministério da Educação (MEC), a presença dos
conteúdos relacionados à História Antiga na BNCC fazia-se necessária para
garantir igualdade de oportunidades na educação. Segundo ele, retirar estas
temáticas seria privar a maioria da população de conhecer para além da história
de nosso estado nacional (FUNARI, 2016). Além disso, acreditamos que conhecer
povos e culturas tão longínquas no tempo, possibilita um verdadeiro portal de
alteridade, confrontado os estudantes com realidades totalmente diferentes,
contribuindo para uma formação crítica e problematizadora capaz de prevenir o
surgimento de discursos autocentrados culturalmente (MOERBECK, 2018).
Diante desses novos paradigmas de ensino, precisamos voltar nossos
olhares para a maneira como vem se desenvolvendo a História Antiga nas salas de
aulas brasileiras. Para tal, vamos nos dedicar mais detidamente aos livros
didáticos, instrumentos pedagógicos de amplo alcance e que sempre estão
presentes no cotidiano de professores e alunos como objeto privilegiado na via
de mão dupla do ensino-aprendizagem. Desta maneira,
“a reflexão sobre o ensino da História Antiga contida nos livros
didáticos, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não representa
uma preocupação menor no contexto do panorama educacional brasileiro, uma vez
que, ao problematizar um assunto dessa natureza, temos a oportunidade de
revelar sérias e graves distorções que se encontram subjacentes à própria
qualidade do ensino de História em nível escolar” (SILVA, 2000, p. 231).
Logo, podemos pensar os livros didáticos como monitores capazes de
nos apresentar diversos aspectos concernentes à realidade do ensino de História
no Brasil.
Antes de mais nada, devemos compreender que didático é o livro
escrito, editado e vendido, tendo em vista a utilização escolar e sistemática
(LAJOLO, 1996), um material que se apresenta de maneira universal e onipresente
(CHOPPIN, 2002), esta definição longe de simplificar as coisas, abre caminho
para compreendermos os materiais didáticos como um instrumento complexo e
multifacetado transpassado por aspectos culturais e mercadológicos.
Uma das principais funções dos livros didáticos, constantemente
negligenciado pelos agentes que o manuseiam diariamente é transmitir às jovens
gerações os saberes e habilidades que são considerados indispensáveis para a
sociedade. Diante disso, avistamos que os livros escolares veiculam um sistema
de valores morais, religiosos, políticos que participam do processo de
socialização da juventude (CHOPPIN, 2002).
Outra variante importante destes materiais é que estes são
produtos culturais, que inseridos em uma sociedade capitalista devem ser
compreendidos como uma mercadoria, mas que diferente das demais não precisa ser
colocada no mercado à espera de consumidores, uma vez que sua produção e
distribuição é em muitos casos reguladas pelo Estado (MUNAKATA, 2012). Logo,
devemos compreender o livro didático como um produto de consumo que se
apresenta como recurso didático, mas que desemprenha um papel importante na
dominação cultural (MATOS, 2012).
Assim, este importante instrumento didático, assume um papel de
destaque na mediação da relação professor-currículo-aluno, porém, na maior
parte das salas de aula, o livro didático tem sido convertido no único recurso
teórico-metodológico e de conteúdos empregados pelos profissionais do saber
(GONÇALVES, 2001). Portanto, os materiais didáticos não são vistos apenas como
instrumentos de trabalho auxiliares, mas sim como autoridade, a última
instância e o padrão de excelência a ser adotado nas aulas (FREITAG, 1989).
Diante deste panorama, cabe-nos perguntar que História Antiga tem
sido apresentada pelos livros didáticos nas aulas do Ensino Básico? Estes
materiais tão presentes no cotidiano escolar conseguem entregar conteúdos
atualizados e em sintonia com um ensino de História Antiga crítica,
problematizada e capaz de contribuir para as necessidades dos estudantes?
Desde o início deste século, alguns historiadores brasileiros se
dedicaram a História Antiga disposta em nossos manuais didáticos. Percebemos
que em todos os trabalhos consultados, os autores têm diagnósticos semelhantes
e que as críticas seguem uma mesma linhagem, para eles. Existe uma série de
problemas como as simplificações de conteúdos, a presença de informações
erradas e desatualizadas, o constante uso de anacronismos nas explicações e a
falta de conexão com a realidade do aluno (SILVA, 2000; GONÇALVES, 2001; SILVA,
2010).
Para Ana Teresa Marques Gonçalves (2001), o problema das
informações erradas ou defasadas, deve-se ao fato de que muitos manuais são
produzidos utilizando coleções mais antigas como referência, devido em parte,
pela falta de especialistas em História Antiga nas equipes de produção
didática. Isso implica na multiplicação das desatualizações e erros que vão
sendo repetidas através dos novos volumes produzidos pelas editoras.
Em muitos casos, conceitos ultrapassados ou revistos pela
historiografia voltam à cena em livros didáticos atuais. Podemos citar como
exemplos, a utilização do termo “decadência” para explicar a crise do Império
Romano. Tal conceituação, já foi posta em xeque desde os anos 1980, sendo
substituída pela ideia de “desagregação”. Complementa esta desatualização, a
“consagrada” divisão entre Alto e Baixo Império, que inevitavelmente reafirma
uma contraposição entre períodos de ascensão e declínio de Roma.
Outro fator que se repete nos livros didáticos e nas salas de aula
é a hipótese causal hidráulica que teria sido responsável pelo desenvolvimento
das civilizações asiáticas. Tal hipótese, já foi superada e mesmo assim
permanece como válida em muitos manuais (GONÇALVES, 2001). Ainda na mesma
linha, podemos citar como exemplo a escravidão no Egito Antigo, erroneamente
associada a construção das pirâmides e outros monumentos, mesmo com diversas
pesquisas apresentando que alguns grupos sociais prestavam trabalhos forçados
para o Estado.
Assim como as desatualizações, muitos livros apresentam
anacronismos nas suas tentativas modernizantes de explicar o passado. Gilvan
Ventura da Silva (2000), demonstrou que em algumas edições didáticas, Atenas e
Esparta eram convertidas em potências imperialistas que se digladiavam pelo
controle do mundo grego, assumindo papéis de “quase dublês” dos Estados Unidos
e da União Soviética nos assustadores dias da Guerra Fria. Ou ainda, pode-se
observar as colônias gregas como fornecedoras de matérias-primas a baixo preço
para a metrópole, ao mesmo tempo em que consumiam produtos “industrializados”,
acabando por simular nas páginas dos livros didáticos as relações do pacto
colonial que vigorou na Modernidade.
Ainda sobre o denominado “mundo grego”, devemos nos atentar para o
“atenocentrismo”, ideia que se encontra presente não só em livros, mas também
no senso comum e que coloca a cidade de Atenas como a pólis por excelência,
capaz de representar toda a variedade de cidades-estados helênicas. Esta
interpretação corresponde muito mais a uma justificação dos modelos
democráticos e liberais adotados pelos países ocidentais na atualidade do que
de fato a uma realidade da Antiguidade (BUSTAMANTE, 2017).
Quando se trata de civilizações que realizaram um processo de
expansão, como Grécia e Roma, os manuais didáticos ainda empregam uma
perspectiva historiográfica colonial. Observando o exemplo de Roma, nos
deparamos com livros que apresentam o Império como um bloco cultural
monolítico, sem espaço para interações culturais. Ora, é completamente errôneo
pensar que uma unidade política que abrangia boa parte da população mundial à
época não fosse um grande mosaico marcado por dinâmicas de assimilação,
ajustamento, negociação e conflito que resultaram em uma diversidade de
hibridizações e amálgamas culturais (BEARD, 2017; MENDES, 2007).
Analisando a estrutura dos manuais didáticos, enxergamos que
"nas coleções de História, percebem-se duas tendências principais ao se
estruturar o conteúdo de História Antiga. Ou se tenta abranger de forma
panorâmica todas as civilizações antigas orientais e ocidentais, ou, buscando
aproximar o mundo contemporâneo do passado, remete-se o aluno a uma procura das
origens de certas instituições atuais, ressaltando-se o valor das civilizações
grega e romana, principalmente” (GONÇALVES, 2001, p. 11).
Neste caso, observamos materiais didáticos que apresentam a
História Antiga com maior ênfase à Antiguidade Clássica relegando às sociedades
marginalizadas a poucas páginas ou boxes complementares. É o caso dos
cartagineses que aparecem rapidamente em pequenas áreas dos capítulos dedicados
aos romanos e que tem sua explicação unicamente associada a participação nas
Guerras Púnicas (264 a.C. – 164 a.C.).
Ainda sobre a estrutura dos manuais escolares, observamos que as
diversas sociedades da Antiguidade são tratadas de maneira estanque,
ratificando o apontamento feito por Noberto Luiz Guarinello (2003) de que a
História Antiga é apresentada nos livros didáticos a partir de uma divisão
tripartite que contempla Antigo Oriente Próximo (principalmente Egito e
Mesopotâmia), Grécia e Roma na forma de uma sucessão cronológica, como se a
História se apagasse progressivamente a Leste, para reacender-se a Oeste. Isso
impossibilita a percepção de que muitos dos eventos narrados ocorreram de
maneira simultânea e que as sociedades antigas estavam conectadas através de
importantes redes de trocas comerciais e culturais como o Mediterrâneo.
Tais conexões, quando evocadas, são utilizadas apenas para
justificar as guerras ou as relações de dominação entre os povos, trazendo aos
estudantes uma Antiguidade ligada a uma lógica que privilegia uma narrativa
bélica e que acaba por contribuir com a sustentação de uma história que
privilegia as grandes datas e os grandes personagens.
Tomamos estes apontamentos para realizarmos uma análise panorâmica
(devido os limites desta comunicação) em duas obras aprovadas pela última
edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD-2020). Utilizaremos como
objeto desta amostragem os livros “História.doc” da editora Saraiva e “Vontade
de Saber” da editora FTD, ambos destinados ao 6º ano do Ensino Fundamental.
Iniciando esta breve análise, nos debruçamos sobre a Mesopotâmia e
o Egito. Na coleção “Vontade de Saber”, chama a atenção o fato de o Egito ser
trabalhado em bloco com outras civilizações africanas, uma metodologia que
acreditamos ser interessante para evitar o corrente deslocamento geográfico da
sociedade egípcia. Além disso, o autor destaca a importância do Rio Nilo, mas
não reafirma a clássica narrativa herodotiana de que o “Egito é uma dádiva do
Nilo”. Já no “História.doc”, Heródoto é parafraseado para afirmar a forte
conexão do Egito ao Nilo, o que de certa maneira também é transplantado para
justificar as civilizações mesopotâmicas como “dádivas” do Tigres e do
Eufrates. Por fim, as duas coleções afirmam que os escravos eram minoria na
sociedade egípcia, deixando entendido que estes não poderiam ser responsáveis
pela construção das pirâmides e de outras grandes obras.
Quanto as páginas dedicadas à Grécia Antiga, percebemos nas duas
coleções uma estrutura similar. Existe um grande destaque para Atenas,
apresentada como o grande modelo de pólis e que acaba ocupando a maioria das
páginas do capítulo. Com muitas imagens e pequenos boxes auxiliares, somos
levados ao conhecido problema do “atenocentrismo” que como afirmado
anteriormente, está presente para além dos livros didáticos. Em seguida, os
manuais buscam abordar a Guerra do Peloponeso, enquanto o “Vontade de saber”
vai diretamente ao conflito, o “História.doc” primeiramente apresenta Esparta
aos leitores, criando a dicotomia entre as duas pólis. Em seguida, as duas
coleções se dedicam à Macedônia e ao período helenístico com destaque para a
difusão cultural.
Quando o assunto é Roma, o "Vontade de saber" opta por
utilizar a tradicional divisão entre Alto e Baixo Império que indica um momento
de auge e outro de queda, impedindo, a nosso ver, uma reflexão completa sobre
os processos de transformação relativos à História. Acreditamos que os
conceitos de Principado e Antiguidade Tardia propostos por Peter Brown (1972)
permitem uma melhor compreensão das rupturas, sem deixar de evidenciar as
permanências (SILVA, 2010). Em contrapartida, o “História.doc” apresenta os
primeiros anos do Império como “O século de Augusto” em clara evidência ao
Imperador responsável pela pax romana e deixa para apresentar o colapso desta
sociedade no capítulo dedicado à Idade Média.
Em relação a cultura, percebemos a permanência da falta de espaço
para a diversidade dentro do Império. As duas coleções apresentam o aspecto
cultural a partir de uma ótica de padronização que corrobora a ideia, já
abandonada pela historiografia, de que havia um processo de “romanização” que
através de um movimento unidirecional impunha a cultura romana sobre as
províncias gerando uma homogeneização cultural de todo o Império.
Por fim, chama nossa atenção a existência de um maior destaque
alcançado por civilizações antes relegadas aos boxes ou leituras complementares
e que agora ocupam capítulos próprios. Porém, apesar deste avanço, os livros
didáticos ainda passam a impressão de estanqueidade, levando ao leitor pouca
compreensão da sincronia existente entre muitos eventos narrados pelos diversos
capítulos.
Ao analisar alguns materiais didáticos atuais, somos levados a
concordar que existe um notório esforço no sentido de minimizar os erros conceituais,
os anacronismos e as simplificações, tais mudanças são frutos do processo de
avaliação levado a cabo pelo Ministério da Educação (MEC) através do PNLD,
alçando o Estado brasileiro ao papel de indutor da melhoria do material
didático (CAIMI, 2017). Porém, apesar dos importantes avanços, ainda é possível
encontrar alguns pontos alarmantes, conceitos questionados pela historiografia,
falta de relação entre os capítulos e adoção de uma historiografia de viés
colonial, para citar apenas alguns, continuam presentes nas páginas dos livros
aprovados na última edição do PNLD.
Acreditamos, que as melhorias necessárias aos livros didáticos
sejam também resultado da melhor formação dos docentes em nosso país. Não
adianta termos livros totalmente atualizados de acordo com o que há de mais
avançado em termos de Ensino de História, se não temos profissionais prontos
para utilizá-los em seu pleno potencial (FAVERSANI, 2001).
Logo, precisamos compreender que a melhoria da qualidade dos
conteúdos relacionados à História Antiga nos livros didáticos é um processo que
se encontra em construção permanente e que os avanços nessa área acontecerão a
partir do fortalecimento do PNLD como ferramenta de avaliação; somada a
melhoria da formação docente nos cursos de licenciatura e na promoção de
oportunidades de requalificação e formação continuada para professores da
Educação Básica.
Referências biográficas
Bruno da Silva Ogeda, aluno do Mestrado Profissional em Ensino de
História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PROFHistória/UFRRJ).
Referências bibliográficas
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Luís Reyes Gil. 1ª ed. São Paulo: Planeta. 2017.
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para a história ensinada. In: ROCHA, H., REZNIK, L., MAGALHÃES, M. (org.).
Livros didáticos de história: entre políticas e narrativas. Rio de Janeiro: FGV
Editora. 2017, p.288.
CAIMI, F. E. O livro didático de história e suas
imperfeições: repercussões do PNLD após 20 anos. In: ROCHA, H., REZNIK, L.,
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Boa tarde, Bruno! Parabéns pelo texto! A minha pergunta é sobre a divisão do período Imperial Romano em Alto Império e Baixo Império não ser adequada.
ResponderExcluirCordialmente,
Luís Felipe da Silva Rodrigues
Boa tarde, Luís! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirA divisão entre Alto e Baixo Império acaba perpetuando uma ideia dicotômica de ascensão e queda que privilegia as rupturas em detrimento das continuidades, por isso, acreditamos que a utilização de Principado e Antiguidade Tardia pode contribuir para que o processo histórico seja melhor visualizado pelos estudantes.
Boa tarde, Bruno! Parabéns pelo texto! A minha pergunta é sobre a divisão do período Imperial Romano em Alto Império e Baixo Império não ser adequada.
ResponderExcluirCordialmente,
Luís Felipe da Silva Rodrigues
Primeiramente, parabéns por sua pesquisa nessa ponte entre História Antiga e os livros didáticos, agora indo para a questão, foi possível notar ao decorrer da leitura que um dos problemas presentes nos livros didáticos seria as simplificações dos conteúdos, dessa forma, causando problema na formação de um estudante crítico e ciente da história em sua vida, portanto, quais seriam as maneiras de contornar tais simplificações dentro de sala de aula, uma vez que o período não foi simplesmente uma linha cronológica linear, e que as transições entre acontecimentos não foram tão simples como evidenciadas nos livros?
ResponderExcluirHeric Takeo Toyota Nara.
Boa tarde Heric! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirAcredito ser possível minimizar as simplificações. Este papel pode ser assumido pelos professores em sala de aula, uma vez que, um profissional preparado é capaz de notar e contornar estes problemas nos livros didáticos. Porém, devemos ressaltar que para isso, se faz necessário um boa formação em História Antiga além da oferta de formação continuada para os professores das redes básicas de educação.
Boa tarde, Bruno. Seu texto é muito interessante! Como relacionarias a mudança na abordagem dos conteúdos de livros didáticos relacionados no texto com a forma como os mesmos são tratados em exames nacionais, como o ENEM?
ResponderExcluirBoa Tarde, Thaís! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirO ENEM e as demais provas de vestibulares refletem os conteúdos ministrados no Ensino Médio, por isso, quando houver mudanças significativas nos materiais didáticos, podemos também encontrar importantes mudanças nestas provas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite, Bruno. Primeiramente quero lhe parabenizar pela pesquisa e dizer que estou a elaborar a proposta de um artigo para uma disciplina e será muito proveitoso as referências por ti utilizadas.
ResponderExcluirIsto posto, o que você sugere ao professor como alternativa ao livro didático, visto que estes possuem os defeitos por você já elencados? Parece-me que os livros estão cada vez mais coloridos, mas com conteúdo proporcionalmente mais resumidos, sintéticos...
Pedro Carlos de Oliveira Alves.
Boa tarde Pedro! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirConcordo com você, as imagens tem ganho as páginas dos livros didáticos e os conteúdos tem sido apresentados de maneira cada vez mais resumida, é importante dizer que não defendo livros com textos longos e cansativos, mas o problema está na forma como estas imagens (e outros elementos) são trabalhadas com o conteúdo, infelizmente temos visto que muitos recursos (imagens, documentos, links, etc.) estão sendo colocados nos livros de maneira totalmente deslocada. Estes próprios recursos seriam de grande valia para uma aula mais rica e aprofundada (contribuindo inclusive para amenizar as sintetizações presentes nos livros didáticos), mas acabam se perdendo nas páginas por falta de uma metodologia realmente eficaz.
Uma excelente atividade para auxiliar o trabalho com História Antiga nos livros didáticos é a utilização de fontes da época nas aulas, analisar documentos, fragmentos e mitos das culturas analisadas pode levar os estudantes a desenvolverem uma excelente compreensão desse passado tão distante de nossa realidade.
Se me permite, gostaria de indicar a leitura do artigo História Antiga no Ensino Fundamental: um estudo sobre os mitos gregos antigos e a consciência histórica de autoria do Prof. Guilherme Moerbeck.
Gostaria de parabenizar pelo texto. Porém, quando olhamos os diversos fatores a serem trabalhados (ou que, em novas teses, deveriam ser trabalhados) em História Antiga - vale mencionar antiguidade da África e até mesmo do nosso território- não encontramos essas informações ainda presentes nos LDs, e quando encontramos, trazem uma ideia errônea de que estes eram inferiores aos mencionados povos europeus (Grécia e Roma, principalmente). Com tantos fatos a serem trabalhados em sala, e com a dificuldade da desatualização dos LDs, como podemos apresentar tais conteúdos de forma eficaz em sala, com a baixa média de aulas semanais dedicadas ao ensino de História nas escolas (média de 2 aulas semanais)?
ResponderExcluirCrislli Vieira Alves Bezerra
Boa tarde Crislli! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirEsse é o grande desafio! Os problemas apontados nos livros didáticos são apenas alguns dos sintomas, mas existe toda uma cadeia de questões no ensino de História que devem ser repensadas ou analisadas.
Os conteúdos de África, América e outros povos que não apareciam nos LDs já começam a ser mudados, todos os livros que tenho pesquisado e que foram produzidos de acordo com os parâmetros da nova BNCC já apresentam um espaço mais amplo para estes conteúdos que antes eram relegados aos "boxes" ou seções de curiosidade. É o ideal? creio que ainda não, mas podemos perceber um avanço.
Quanto a "superioridade" da Antiguidade Clássica, estamos diante do eurocentrismo, um problema antigo que afeta não somente a História Antiga e que precisa ser resolvido.
Boa noite Bruno. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirEsse assunto é muito importante e deve ser amplamente discutido. Na sua opinião, a forma como é selecionado o livro didático e a importância que ele tem no processo de ensino aprendizagem, em muitas escolas ele é a única ferramenta de trabalho, proporciona uma educação de baixa qualidade e a disseminação de informações equivocadas ou desatualizadas. Quais critérios deveriam ser considerados na escolha do livro didático?
(Andréia de Assunção Garretas)
Boa tarde, Andréia! Obrigado pela leitura e pelo comentário.
ExcluirA escolha dos livros didáticos participantes do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é de responsabilidade dos professores das redes de ensino público, por isso, acredito ser de fundamental importância o investimento maciço em formação docente continuada para que tais professores possam estar cada vez mais preparados para avaliar os livros disponíveis.
Através da escolha e das contribuições destes docentes e que podemos começar a vislumbrar certa melhoria do material, uma vez que o livro didático é também uma mercadoria, e como tal, busca atender seu público consumidor.
Olá Bruno, tudo bem? Gostei bastante do seu texto, principalmente pelo fato de que eu esteja envolvida com esse viés enquanto mestranda.
ResponderExcluirParticularmente, estudo Grécia Antiga e como tal é abordada nos livros didáticos. Minha proposta de artefato é um Guia didático que sugira formas didáticas de trabalhar em sala de aula o conteúdo Grécia Antiga a partir da exploração das imagens presentes no livro didático. A partir do que você expôs em sua comunicação sobre a História Antiga nos livros didáticos, na sua perspectiva, como um guia didático como o mencionado acima, pode auxiliar o professor a não reproduzir os esteriótipos citados em seu texto e que ainda estão enraizados no ensino de História Antiga?
Naiana Correia Machado
naiana31@hotmail.com
Olá Naiana, tudo bem! Obrigado pela leitura e pelo comentário. Bom encontrar colegas que pesquisam temas próximos!
ExcluirAcredito que os guias didáticos podem ser importantes ferramentas para auxiliar o trabalho do professor, estes materiais podem contribuir diretamente com a minimização destes problemas se forem bem elaborados. Tal instrumento, associado a melhoria da formação docente e da promoção de cursos de formação continuada podem oportunizar a melhoria da qualidade do ensino de História Antiga e posteriormente podem influenciar as mudanças nos próprios livros didáticos.
Me coloco a disposição para trocar materiais e ideias. Boa sorte em sua pesquisa.
Att,
Bruno Ogeda
Este comentário foi removido pelo autor.
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